A economista Geórgia Veloso, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, ressaltou que a deterioração na avaliação da demanda atual foi o principal fator responsável pela queda no índice. Apesar das expectativas se manterem estáveis, a incerteza em relação à recuperação do setor permanece, mesmo com melhorias em indicadores macroeconômicos como inflação e emprego.
No mês de maio, a confiança do comércio recuou em cinco dos seis principais segmentos, com o Índice de Situação Atual (ISA-COM) caindo 7,9 pontos, para 90,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 0,1 ponto, alcançando 93,0 pontos, o maior nível desde outubro de 2022.
As perspectivas de vendas para os próximos três meses apresentaram uma queda de 0,5 ponto, atingindo 92,0 pontos, enquanto as expectativas em relação aos negócios nos próximos seis meses tiveram um aumento de 0,8 ponto, chegando a 94,2 pontos, o patamar mais elevado desde setembro de 2022.
No que diz respeito à situação atual, o índice que avalia o volume de demanda atual teve uma queda de 8,3 pontos, atingindo 90,8 pontos, e as avaliações sobre a situação atual dos negócios encolheram 7,2 pontos, chegando a 90,6 pontos, após três meses de crescimento.
A pesquisa também indicou que 26,8% das empresas apontaram a demanda insuficiente como um fator limitativo para a expansão dos negócios, com destaque para as empresas que atuam no setor de bens não essenciais, que enfrentaram uma maior dificuldade nesse aspecto.
Diante desse cenário, a economista Geórgia Veloso destacou que a melhora no rendimento familiar e a maior concessão de crédito aos consumidores trouxeram um alívio para os segmentos de bens não essenciais, diminuindo a diferença de insatisfação em relação à demanda insuficiente entre os diferentes tipos de produtos.
A Sondagem do Comércio de maio, realizada entre os dias 1º e 27 do mês, retratou um momento de incerteza e desafios para o setor, que busca se recuperar diante dos impactos negativos recentes.