Imigrante palestino destaca cultura da Palestina em feira de São Paulo e busca desmistificar imagem de violência associada à região

Feira Palestina em São Paulo: A Cultura em Primeiro Plano

Neste último fim de semana, a terceira edição da Feira Palestina foi realizada em São Paulo, reunindo um público variado e interessados em conhecer mais sobre a cultura daquele território marcado por conflitos. Juntamente com outros imigrantes, Raffah Hanajrah, um palestino oriundo da Faixa de Gaza, participou do evento com um objetivo claro: desmistificar a imagem da Palestina, frequentemente associada apenas à violência e tragédias.

Raffah, que reside no Brasil desde 2019, comentou sobre a necessidade de abordar a Palestina sob uma perspectiva diferente. “É fundamental apresentar a cultura palestina para o povo brasileiro, que tem muita desinformação sobre nós”, explicou. Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a feira ocorreu em um momento em que a situação humanitária na Faixa de Gaza é alarmante, com milhares de vidas perdidas e milhões de desalojados.

O imigrante compartilhou a trajetória que o trouxe até o Brasil. Após deixar Gaza, ele percorreu o Egito e a Turquia antes de se estabelecer no Brasil. Inicialmente, seu destino era o Canadá, mas a pandemia o forçou a reconsiderar seus planos. “A pandemia complicou tudo, e acabei ficando aqui”, revelou, enfatizando que se sente bem no Brasil e que até formou uma família ao casar-se com uma brasileira.

Atualmente atuando como professor em São Paulo, Raffah ensina cultura, caligrafia e língua árabe, além de matemática. Com um aprendizado do português que se deu no cotidiano, ele consegue se comunicar fluentemente com seus alunos e a comunidade local.

Durante a feira, os visitantes puderam conhecer diversos produtos culturais, como lenços, colares, pulseiras e mochilas que representam a rica herança palestina. Um dos itens em destaque foi o tradicional lenço palestino, que, além de ser um símbolo do povo árabe, carrega um significado profundo. “Esse lenço representa a conexão com as tradições, a natureza e o comércio de nossa terra”, destacou Raffah.

Ele também fez questão de ressaltar que o uso do lenço não se limita apenas a palestinos ou árabes; ele é um convite à valorização da diversidade cultural e à inclusão de pessoas de diferentes origens.

Com um espaço voltado para a cultura e a convivência, a Feira Palestina não apenas promoveu o diálogo e a reflexão sobre a realidade do povo palestino, mas também convidou os brasileiros a conhecer uma cultura rica, que vai muito além dos conflitos e desafios enfrentados. A intenção é clara: construir pontes e mostrar que a Palestina tem muito mais a oferecer ao mundo.

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