Khelif, que já é uma figura proeminente no boxe feminino, argumenta que essa exigência deve ser revista, uma vez que pode comprometer suas chances e, consequentemente, sua carreira. O recurso da campeã olímpica é um passo significativo, não apenas para sua própria trajetória, mas também para muitos outros atletas que se encontram na mesma situação. O objetivo de Khelif é obter autorização para competir no próximo Campeonato Mundial, programado para ocorrer entre 4 e 14 de setembro, sem a necessidade de realizar os testes genéticos, que a nova norma impõe.
A World Boxing justificou a iniciativa ao afirmar que as testagens visam assegurar a segurança de todos os competidores, além de promover uma competição justa e equitativa entre homens e mulheres. No entanto, a abordagem levanta questionamentos sobre os critérios utilizados para a definição de igualdade nas competições e como isso pode impactar a carreira de atletas que, como Khelif, podem ser afetados por condições biológicas que fogem de seu controle.
Khelif também teve uma experiência recente que a colocou em evidência, quando se tornou o centro de uma polêmica durante os Jogos Olímpicos de 2024, em função do hiperandrogenismo. A disputa que a envolveu contra a italiana Angela Carini nas oitavas de final foi marcada por um episódio peculiar: Carini desistiu da luta em menos de um minuto após um golpe acidental no nariz. Esse incidente reacendeu debates sobre a integridade da competição e as dificuldades enfrentadas por mulheres atletas que lidam com questões biológicas complexas.
Agora, a expectativa recai sobre a decisão do CAS e como essa situação pode redesenhar o cenário das competições de boxe no futuro, refletindo a luta por direitos e igualdade no esporte.