A criação de offshores permite que as informações sobre a empresa fiquem em sigilo, o que levanta suspeitas sobre possíveis práticas ilícitas. Apesar de não ser ilegal ter uma offshore, é fundamental que todo o saldo seja declarado às autoridades fiscais competentes, como a Receita Federal e o Banco Central.
A IPDA, fundada em 1962, tem enfrentado controvérsias desde a morte de seu fundador, David Martins de Miranda, em 2015. Um dos problemas enfrentados pela igreja é a disputa familiar pelo patrimônio deixado por Miranda, estimado em pelo menos R$ 86 milhões, de acordo com o inventário do pastor.
Durante uma investigação, foi revelado que a primeira offshore da Deus é Amor, registrada em 1996 em Barbados, tinha como sócios os pastores Nivaldo Vaz dos Santos, Sérgio Sora, Luiz Andreu Rúbio, Lourival de Almeida e um quinto homem identificado como Timothy Oneal Maynard. Além disso, a igreja abriu mais duas offshores no Reino Unido, em 2003 e 2009.
Os documentos obtidos revelam que rendimentos arrecadados no Brasil foram aplicados nas offshores da instituição religiosa, sendo que uma delas recebeu, pelo menos, R$ 150 milhões em um ano. Além disso, o advogado Francisco Tenório, ex-membro da IPDA, denunciou que a igreja realizava campanhas para a compra de terrenos e emissoras de rádio, que acabavam sendo incorporadas ao patrimônio pessoal dos líderes da instituição.
Diante dessas revelações, a IPDA se encontra sob investigação e a reportagem tentou contato com a igreja, mas não obteve resposta até a última atualização. A abertura das offshores e a destinação dos recursos arrecadados levantam questionamentos sobre a transparência e a legalidade das práticas financeiras da denominação religiosa. Aguarda-se pronunciamento oficial da IPDA sobre as acusações levantadas.