Analistas atribuem essas variações a declarações feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que enfatizou a importância de manter o ímpeto na agenda fiscal do país durante um evento realizado em São Paulo. Para João Vitor Saccardo, da Convexa Investimentos, essa postura demonstra um comprometimento do ministro com a delicada situação fiscal brasileira.
Além das declarações de Haddad, os investidores também reagiram aos dados divulgados sobre a inflação de fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou um aumento de 1,23%, ficando abaixo das expectativas de alguns analistas, como os economistas do Banco Daycoval, que previam um avanço de 1,53%.
O desempenho dos preços dos alimentos foi destacado, com alguns itens apresentando deflação e outros registrando alta. As carnes vermelhas tiveram uma desaceleração, enquanto produtos como leite, ovos e bebidas tiveram aumento de preço.
Por outro lado, os serviços tiveram uma variação abaixo do esperado, principalmente devido à forte deflação das passagens aéreas. O núcleo da inflação de serviços também desacelerou, mas ainda se encontra em um patamar elevado.
A equipe de economistas da Ativa Investimentos ressaltou que a surpresa na inflação pode impactar as expectativas do mercado, mas não representa necessariamente um alívio estrutural. Itens como energia elétrica, educação, transporte público e bens industriais tiveram destaque no comportamento da inflação em fevereiro, com aumentos maiores do que o previsto.
No cenário internacional, a bolsa de valores brasileira vem se mantendo resiliente em meio à volatilidade global, refletindo a confiança dos investidores no potencial de recuperação da economia do país.