A baixa liquidez esperada devido ao feriado de Natal não foi suficiente para conter o rali da semana passada, com o aumento dos preços de commodities garantindo altas para as duas maiores empresas da Bolsa, Vale e Petrobras. A Vale ON teve alta de 0,35%, enquanto a Petrobras teve ganhos entre 1,50% e 1,61%. Além disso, papéis financeiros como Itaú Unibanco PN e B3 On também contribuíram para o resultado positivo.
O bom desempenho das commodities foi um dos principais fatores que impulsionaram o mercado. O minério de ferro avançou 1,34% na Dalian Commodity Exchange, na China, em meio a expectativas de estímulos à economia no país asiático. Já o petróleo subiu mais de 3%, com o contrato futuro do Brent retornando para a casa dos US$ 80 por barril.
Segundo o gestor de renda variável da Western Asset, Naio Ino, “Adicionalmente, tivemos as commodities ajudando a nossa Bolsa, com o petróleo subindo mais de 3% e o minério em alta dando sustentação ao Ibovespa”.
Além disso, o sinal positivo de Nova York também contribuiu para o desempenho da Bolsa brasileira, com ganhos disseminados dos índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq. O Federal Reserve (Fed) de Chicago informou que o índice de atividade nacional americano subiu a 0,3 em novembro, enquanto o mercado esperava -0,2.
Com a combinação desses fatores, o Ibovespa se manteve em terreno positivo durante todo o pregão, alcançando a máxima de 133.644,65 pontos, o maior nível da história. O giro financeiro ficou em R$ 13,3 bilhões.
O desempenho do Ibovespa reflete ainda a entrada dos investidores estrangeiros no Brasil, de acordo com o gestor de renda variável Naio Ino. A recente elevação do rating do País pela S&P e a aprovação das medidas de aumento da arrecadação pelo Congresso também influenciam positivamente o mercado.
O operador de renda variável da Manchester Investimentos, Diego Faust, destacou que o aumento dos preços de commodities e o sinal de economia mais forte nos Estados Unidos explicam a alta do Ibovespa. Ele também ressaltou a queda na mediana do relatório Focus, do Banco Central, para a taxa Selic no fim de 2024, de 9,25% para 9%, como um sinal positivo para a Bolsa.
“Mesmo com a queda dos DIs hoje, a curva continua precificando uma Selic maior do que o Focus. Na hora que essa diferença se realizar, tem bastante espaço para a movimentação do Ibovespa”, disse Faust, que trabalha com a expectativa de uma alta do índice a uma marca entre 145 mil e 147 mil pontos em 2024.