IBGE Esclarece: Mutange, Apesar da Ausência de Moradores, Continua Classificado como Bairro no Censo Demográfico de 2022

O bairro do Mutange, em Maceió, ainda figura como uma das áreas censitárias reconhecidas, apesar de estar desabitado. Essa afirmação foi feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao esclarecer a polêmica em torno da ausência do Mutange na listagem apresentada pelo Censo Demográfico de 2022, divulgado recentemente. Segundo o órgão, o bairro foi efetivamente recenseado, mas seus dados não apareceram no Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA) devido à inexistência de moradores durante o período da coleta de dados.

Este fenômeno não é isolado. O IBGE informou que, além do Mutange, outros 101 bairros em diversas cidades do Brasil também ficaram de fora da listagem oficial, mas não por serem considerados extintos. A metodologia aplicada para a coleta de dados foi a mesma que se utilizou em todo o país, conforme ressaltou o IBGE. Durante a operação censitária, os recenseadores foram designados para percorrer todas as quadras do bairro, mas ao final, confirmaram que não havia população residente.

O instituto também fez questão de ressaltar que, apesar da ausência de insumos populacionais, o Mutange continua formalmente classificado como um bairro, seguindo a Lei Municipal nº 4.687 de 1998, que estabelece sua delimitação. Essa situação é emblemática, uma vez que a degradação do bairro está ligada a problemas estruturais causados pela atividade de mineração da Braskem, que resultou em rachaduras e deslocamentos populacionais.

Os outros bairros afetados pela mesma situação estão listados nas estatísticas, uma vez que ainda contavam com habitantes no momento do levantamento. O IBGE esclareceu que a malha censitária não necessariamente coincide com as áreas de risco definidas por órgãos responsáveis, o que poderia explicar a presença de moradores em localidades que, posteriormente, foram evacuadas.

Deste modo, a situação do Mutange não apenas aponta para a complexidade de se realizar censos em áreas afetadas por desastres, mas também evidencia a necessidade de se continuar a monitorar e registrar as condições de todos os bairros, independentemente de sua habitação atual. Essa dinâmica ainda levanta importantes questões sobre o futuro do bairro e de seus moradores.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo