I Cúpula das Vozes Quilombolas pelo Clima debate justiça ambiental no Rio de Janeiro com lideranças, autoridades e sociedade civil em encontro crucial na Fundição Progresso.

Neste sábado, a Fundição Progresso, localizada na Lapa, será o centro de um evento significativo: a I Cúpula das Vozes Quilombolas pelo Clima. Este encontro reunirá lideranças quilombolas, representantes do governo e organizações da sociedade civil, com o objetivo de discutir questões cruciais como justiça climática, proteção territorial e conservação ambiental. A cúpula é promovida pela Koinonia Presença Ecumênica e Serviço, em parceria com a Acquilerj – Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Estado do Rio de Janeiro, e acontece em meio aos preparativos para a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, no Pará.

O evento contará com a presença de cerca de 16 líderes quilombolas e autoridades ligadas a órgãos ambientais. A lista de convidados inclui figuras proeminentes, como Lucas Faulhaber, da Frente Parlamentar pela Justiça Climática da Alerj, e representantes do INEA, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e do Parque Nacional da Tijuca, entre outros. Além disso, membros da Defensoria Pública e do Ministério Público também estarão presentes.

Um dos principais objetivos da cúpula é destacar a importância dos territórios quilombolas na preservação da Mata Atlântica e na proteção das florestas e fontes hídricas, que estão fortemente ameaçadas pela crise climática. Segundo dados do Censo de 2022, o Brasil tem 1,33 milhão de quilombolas espalhados por 1.700 municípios, sendo 54 comunidades no Rio de Janeiro, das quais apenas três possuem titulação formal.

Estatísticas do MapBiomas indicam que, entre 1985 e 2022, os territórios quilombolas perderam 4,7% da vegetação nativa, enquanto áreas privadas enfrentaram uma perda de 25% nesse mesmo período. Ana Gualberto, diretora-executiva da Koinonia, enfatiza que não é necessário estar presente em Belém para fortalecer as vozes quilombolas e exigir ações concretas dos governos estaduais e municipais, que têm a responsabilidade de implementar os compromissos assumidos pelo Brasil na COP30.

Bia Nunes, presidenta da Acquilerj, reforça a importância da titulação territorial como um ponto central no debate sobre mudanças climáticas. “As cidades dependem das águas e florestas que protegemos. Não há soluções climáticas sem garantir os territórios quilombolas”, afirma.

A programação da cúpula incluirá o lançamento do Fórum Itinerante “Cuidar da Terra é Cuidar da Gente: A Luta Quilombola pela Mata Atlântica”, que visa integrar saberes ancestrais à contemporaneidade ambiental. As atividades do dia compreenderão mesas de debate e uma celebração cultural para encerrar o evento.

Informações para Participação:

  • Data: Sábado, 15 de novembro
  • Horário: Das 9h às 17h
  • Local: Fundição Progresso — Rua dos Arcos, 24, Lapa
  • Entrada: Gratuita
  • Inscrições: Consulte o site dos organizadores para mais detalhes.

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