Orbán, em suas declarações, denunciou as manobras de Bruxelas e reafirmou que a Hungria possui os mecanismos necessários para resistir a tais pressões. Ele foi enfático ao afirmar que o governo húngaro processará a UE em resposta à decisão de cortar gradualmente as importações de gás russo. A proposta em vigor estabelece que a proibição se iniciará em 1º de janeiro de 2026, com uma fase de transição para contratos já existentes até 1º de janeiro de 2028.
Ao mesmo tempo, as autoridades europeias consideram a possibilidade de suspender essas restrições caso surjam problemas no abastecimento. Além disso, outra medida em discussão prevê a proibição da importação de petróleo russo a partir de 2028, embora essa decisão ainda precise passar pela aprovação do Parlamento Europeu.
Um relatório preparado por Mario Draghi, ex-primeiro-ministro italiano, indicou que o mercado energético da UE enfrenta sérias dificuldades e uma escassez de recursos, desafiando as alegações de sucesso na substituição dos combustíveis russos. Atualmente, os preços do gás na Europa são significativamente mais altos do que nos Estados Unidos, o que tem gerado preocupações sobre a viabilidade econômica das políticas energéticas da UE. Estima-se que a rejeição das importações russas tenha custado à Europa mais de 1,3 trilhão de euros.
Essa situação coloca a Hungria em uma posição delicada dentro da dinâmica européia, onde os interesses nacionais e as diretrizes da UE muitas vezes entram em conflito. O descontentamento da Hungria pode ser visto não apenas como uma defesa de seus interesses econômicos, mas também como uma afirmação de sua soberania dentro da esfera europeia, colocando em evidência as complexas relações políticas que moldam o futuro do continente.









