Logo de início, Motta convocou duas reuniões do colégio de líderes na mesma semana, algo que não era comum na gestão anterior. Esses encontros foram fundamentais para discutir a pauta da semana de votações e também para planejar o que seria votado na semana seguinte. Essa atitude representa uma abertura ao diálogo e à organização das atividades legislativas.
Uma das mudanças mais significativas foi a definição de horários pré-estabelecidos para o início e o término das sessões do plenário, que agora começam geralmente às 16h e encerram até as 20h. Isso contrasta com a prática anterior, em que as sessões eram abertas no início da tarde, sem uma pauta clara e definida, o que gerava desconforto entre os parlamentares.
Além disso, Motta também decidiu pelo retorno das sessões presenciais, com a exigência de que os deputados estejam fisicamente no plenário às quartas-feiras para votar. Essa medida, solicitada por diversas lideranças da Câmara, tem como objetivo dar mais voz ao plenário e concentrar as discussões mais polêmicas nesse dia, deixando as quintas-feiras para pautas consensuais.
A volta das sessões presenciais também visa reduzir a influência da chamada “bancada da selfie”, composta por deputados com grande popularidade nas redes sociais. A votação remota durante a pandemia acabava privilegiando esses parlamentares, que levavam as discussões para a internet, dificultando a tomada de decisões unânimes pelos partidos em temas controversos.
Dessa forma, a gestão de Hugo Motta na presidência da Câmara dos Deputados parece marcar uma mudança de postura em relação ao passado recente, buscando mais transparência, organização e participação dos parlamentares nas atividades legislativas.