Conflito no Iêmen: Houthis invadem residência de funcionários da ONU em Sanaa
Em um movimento que levanta preocupações sobre a segurança e a liberdade de ação de organizações internacionais, o grupo houthis, conhecido formalmente como Ansar Allah, realizou uma invasão na residência de funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) em Sanaa, a capital do Iêmen. O incidente ocorreu no bairro de Haddah, onde 18 pessoas foram detidas e interrogadas, enquanto seus dispositivos eletrônicos como celulares e computadores foram confiscados.
A invasão destaca as tensões crescentes entre o grupo insurgente e as organizações internacionais presentes na região. Os Houthis, que têm enfrentado críticas por seu comportamento autoritário, afirmaram, em setembro, que esses funcionários estavam envolvidos em atividades de espionagem a favor de Israel, alegando que colaboraram no assassinato do primeiro-ministro do governo houthis e de outros ministros em ataques aéreos que se diziam oriundos do Estado israelense.
As restrições à operação do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU e outras agências têm se intensificado, com relatos de detenções em várias partes do Iêmen. Aculpa de atitudes espúrias, lançadas pelos Houthis, criou um ambiente de desconfiança, fazendo com que muitos dos trabalhadores humanitários enfrentassem uma jornada de trabalho extremamente arriscada.
Reações internacionais têm se mostrado preocupadas com a situação, uma vez que a presença da ONU no Iêmen é crucial para a assistência humanitária em um país devastado por anos de conflito. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, já havia afirmado anteriormente que a situação de segurança para os funcionários da ONU se tornara crítica, e novos relatos indicam que a vida desses trabalhadores e os esforços humanitários estão sob uma ameaça crescente.
Esse episódio não é um caso isolado, uma vez que destaca o crescente desafio enfrentado por organizações humanitárias em contextos de conflitos armados, onde o respeito à imunidade diplomática e a liberdade de ação muitas vezes são desconsiderados. As autoridades internacionais devem agir rapidamente para abordar essa questão, garantindo a proteção de seus representantes e o acesso contínuo a assistências essenciais, particularmente em um país que já sofre com uma das piores crises humanitárias do mundo.