Hospital São Vicente de Paulo: ex-paciente relata condições precárias e tratamento desumano na unidade psiquiátrica do Distrito Federal.

No último ano, o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), localizado no Distrito Federal, voltou a ser alvo de polêmicas devido às condições precárias e tratamento questionável aos pacientes internados na unidade psiquiátrica. Após a morte da paciente Raquel de Andrade, de 24 anos, no local, uma ex-paciente resolveu expor sua experiência dentro do hospital.

A jovem, que preferiu não se identificar, relatou ter sido tratada de forma desumana durante sua internação no HSVP em 2023, aos 20 anos. Ela descreveu que, mesmo não apresentando sintomas de loucura, era tratada como louca pela equipe da unidade. A ex-paciente mencionou que, assim como Raquel, também ficou surpresa e consternada com a morte da colega de internação.

Durante sua estadia no hospital, a jovem destacou que foi amarrada em uma maca, mesmo estando consciente e não representando risco a si mesma ou aos demais pacientes. Ela lamentou o tratamento recebido por parte dos profissionais de saúde, que a ameaçaram com injeções caso não parasse de chorar e gritar.

Além disso, a ex-paciente relatou episódios de desrespeito e discriminação por parte da equipe de saúde, que não ofereceu o apoio e acolhimento esperados em um momento delicado como o enfrentamento da depressão. A jovem compartilhou que teve que cuidar de uma paciente autista durante sua internação, evidenciando a falta de preparo da instituição para lidar com diferentes necessidades e perfis de pacientes.

Diante dos relatos chocantes e da morte de Raquel, surgiram questionamentos sobre a conduta do HSVP em relação ao tratamento dos pacientes psiquiátricos. O hospital já havia sido denunciado por órgãos do governo federal que fiscalizam os direitos humanos, devido ao costume de deixar os pacientes amarrados.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que está investigando a morte da paciente no HSVP e que foi instituído um Grupo de Trabalho para elaborar um Plano de Ação visando a desmobilização dos leitos psiquiátricos do DF, incluindo os do hospital em questão. A pasta ressaltou o compromisso com a proteção dos direitos humanos e a segurança dos pacientes, garantindo a adoção de medidas para melhorar as condições de atendimento e tratamento nos serviços de saúde mental da região.

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