Hospital Brasília: Prontuário de menino de 13 anos que morreu com corpo necrosado registrou mãe “ansiosa” em duas ocasiões distintas.

No dia 14 de outubro de 2024, o adolescente Miguel Fernandes Brandão de 13 anos foi admitido no Hospital Brasília com sintomas gripais, como febre, dificuldade para respirar, irritação na pele, dor no corpo e moleza. Inicialmente, ele recebeu um diagnóstico de “quadro viral” e foi mandado para casa após o exame de Influenza ter dado negativo. No entanto, ele retornou à unidade no dia seguinte devido à persistência dos sintomas, incluindo episódios de vômito.

Após a nova avaliação, a equipe médica informou que o paciente estava internado, mas houve menção à “ansiedade materna”. A mãe de Miguel foi descrita como “ansiosa” em pelo menos duas ocasiões diferentes nos relatórios médicos. Em um dos registros, a médica escreveu que o menino não precisava de antibiótico, explicando que o quadro era viral e que a diarreia fazia parte dos sintomas.

No relatório do dia seguinte, constava que Miguel estava acompanhado dos pais, com a mãe novamente sendo descrita como “ansiosa”. O documento descreveu que o menino apresentava sintomas como vômito, diarreia e reclamações de dor no peito, com a mãe fazendo perguntas repetitivas e expressando preocupações com a febre.

A mãe de Miguel, Genilva Fernandes, denunciou negligência médica, alegando que exames que poderiam ter diagnosticado a presença da bactéria responsável pela infecção não foram solicitados. Ela também apontou demora na disponibilização do prontuário e outras informações sobre o atendimento do filho.

Segundo o relato de Genilva à Polícia Civil do Distrito Federal, um infectologista informou que se Miguel tivesse sido transferido para a UTI mais cedo, o tratamento teria tido maiores chances de sucesso. A mãe afirmou ter insistido com a equipe médica para aplicar antibióticos no filho ou realizar um raio-x, mas o tratamento foi adiado, resultando em complicações graves que levaram à morte do adolescente.

O Hospital Brasília se posicionou através de nota, respeitando a privacidade e confidencialidade dos pacientes e não divulgou informações sobre o histórico de saúde de Miguel. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, e a família busca justiça em relação à negligência no atendimento médico prestado ao adolescente.

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