Após a nova avaliação, a equipe médica informou que o paciente estava internado, mas houve menção à “ansiedade materna”. A mãe de Miguel foi descrita como “ansiosa” em pelo menos duas ocasiões diferentes nos relatórios médicos. Em um dos registros, a médica escreveu que o menino não precisava de antibiótico, explicando que o quadro era viral e que a diarreia fazia parte dos sintomas.
No relatório do dia seguinte, constava que Miguel estava acompanhado dos pais, com a mãe novamente sendo descrita como “ansiosa”. O documento descreveu que o menino apresentava sintomas como vômito, diarreia e reclamações de dor no peito, com a mãe fazendo perguntas repetitivas e expressando preocupações com a febre.
A mãe de Miguel, Genilva Fernandes, denunciou negligência médica, alegando que exames que poderiam ter diagnosticado a presença da bactéria responsável pela infecção não foram solicitados. Ela também apontou demora na disponibilização do prontuário e outras informações sobre o atendimento do filho.
Segundo o relato de Genilva à Polícia Civil do Distrito Federal, um infectologista informou que se Miguel tivesse sido transferido para a UTI mais cedo, o tratamento teria tido maiores chances de sucesso. A mãe afirmou ter insistido com a equipe médica para aplicar antibióticos no filho ou realizar um raio-x, mas o tratamento foi adiado, resultando em complicações graves que levaram à morte do adolescente.
O Hospital Brasília se posicionou através de nota, respeitando a privacidade e confidencialidade dos pacientes e não divulgou informações sobre o histórico de saúde de Miguel. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal, e a família busca justiça em relação à negligência no atendimento médico prestado ao adolescente.