A eleição, que atravessou um período complicado de atrasos e falhas técnicas, foi agraciada por alegações de fraude, refletindo a tensão que circunda o clima político hondurenho. A vitória de Asfura não é somente um triunfo pessoal, mas também um reflexo do apoio que recebeu, inclusive de figuras influentes como o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Este enfatizou a oposição à candidata do governo, Rixi Moncada, rotulando-a de comunista e insinuando que sua vitória poderia representar uma inclinação política de Honduras em direção à Venezuela.
A contagem dos votos sofreu um revés adicional, com cerca de 15% das atas eleitorais, que representam centenas de milhares de votos, necessitando de recontagem manual para assegurar a precisão das apurações. Essa desorganização e a proximidade dos números levantaram ainda mais preocupações sobre a integridade do processo democrático.
A atual presidente de Honduras, Xiomara Castro, manifestou seu descontentamento com os desdobramentos da eleição, denunciando o que classificou como um “golpe eleitoral em curso”. Castro prometeu levar as queixas a organismos internacionais, incluindo as Nações Unidas, a União Europeia, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a Organização dos Estados Americanos (OEA). A presidente condenou a situação, descrevendo-a como um processo repleto de ameaças, manipulações e adulterações da vontade popular, o que, segundo ela, configura um claro golpe à democracia do país.
As repercussões desse pleito ainda estão longe de se dissipar, e a instabilidade política em Honduras poderá gerar debates e conflitos nas próximas semanas, à medida que novos desdobramentos surgirem nesta complexa trama política.







