A tradicional celebração promete um mergulho nas raízes culturais do estado, com apresentações que destacam os folguedos e saberes populares. Este ano, a Mestra Joana Gajuru será o foco central das homenagens. Nascida no final do século XIX, em Lagoa da Canoa, Joana recebeu o nome de Gajuru ao se mudar para Pilar, onde, desde jovem, se inseriu na dança do Guerreiro. Ela se destacou ao liderar grupos entre 50 e 100 homens durante os períodos de colheita da cana-de-açúcar, integrando as festividades dos trabalhadores e as tradicionais apresentações natalinas.
Joana Gajuru não se limitou ao Guerreiro. Era presença marcante em mutirões, carnavais de rua e outras manifestações como o coco, reisado e samba. Criou seu próprio grupo e foi pioneira como mulher à frente do folguedo no estado. Sua trajetória influenciou mestres como Nivaldo Abdias e Mestre Benon.
“Joana Gajuru era uma figura icônica, conhecida por sua presença marcante e liderança no Guerreiro Barreira de Alagoas”, destaca Hélton Santos, coordenador do Baque. “Ela representava coragem e força em cada apresentação. Nosso festival quer eternizar sua memória e contribuição inestimável à cultura local.”
O Maracatu Baque Alagoano, com quase 100 participantes de diversas idades, já é uma tradição nas ruas de Alagoas desde 2007. Com diversas alas instrumentais, o grupo abraça não só o maracatu, mas também coco, guerreiro e influências da MPB. Seus ensaios, sempre abertos ao público, são realizados todos os sábados na Praça Marcílio Dias, reforçando o compromisso do grupo com a inclusão e a valorização cultural.
