Homem que fingia ser do PCC é condenado por extorquir presidente da CSN e ameaçar ex-governador Doria



Em uma decisão tomada pela 5ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foi mantida a condenação de Hércules Cordeiro Torres. Ele cumprirá quatro anos e dois meses de prisão em regime inicial semiaberto. Torres, que se passava por aliado do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), foi condenado por tentar extorquir Benjamin Steinbruch, presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e sua esposa, Carolina Steinbruch. O caso aconteceu em 2020, conforme os autos do processo. Além disso, Torres também foi responsabilizado por tentar extorquir a família do então governador de São Paulo, João Doria, no mesmo ano.

De acordo com informações do processo, Torres criou um perfil falso no Instagram denominado “@op.steinbrunch” e enviou uma mensagem intimidante a Carolina Steinbruch. Na mensagem, ele exigia a transferência de R$ 5 milhões até o dia 13 de maio de 2020 para que ele cancelasse um suposto plano de assassinato contra o casal. A mensagem ameaçadora enviada dizia: “Olá Carolina! Vou te contar, não foi nada fácil encontrarmos a sua residência, mas enfim: Nos foi oferecido 3 milhões pela cabeça do seu esposo (Benjamin) e +1 pela sua. Estamos a 10 minutos de você e antes de efetuarmos o serviço vou perguntar: quer cobrir a oferta? Por 5 milhões eu retiro meus homens dos arredores e cancelamos a investida. Você tem até dia 13/05 (quarta-feira) para fazer a transferência. Em caso contrário, o serviço será efetuado conforme solicitado.”

Torres foi identificado como autor do crime após enviar dados bancários e seu CPF para a vítima realizar o depósito. Funcionários da CSN, ao serem alertados, notificaram as autoridades policiais sobre o crime. Em juízo, Torres admitiu o envio da mensagem, mas alegou que a apagou em seguida. Ele também afirmou que estava na casa de sua namorada e não nas proximidades da residência do casal.

O relator do caso, João Augusto Garcia, destacou que as evidências apresentadas apontavam para a consumação do crime. Ele mencionou que os relatos das vítimas eram “firmes, coesos e verossímeis”, sem apresentar contradições que pudessem levantar dúvidas. Garcia enfatizou ainda que não havia nos autos qualquer indício que pudesse sugerir que as versões dos ofendidos tinham o intuito de incriminar injustamente Torres, a quem desconheciam.

Além deste caso, a 5ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP também manteve uma decisão de primeira instância em 2022, condenando Torres a seis meses de prisão por ameaças ao ex-governador João Doria. Segundo um documento da Polícia Civil de São Paulo, a filha do ex-governador recebeu uma mensagem ameaçadora de Torres. Na mensagem, ele afirmava ter recebido R$ 5 milhões para matar Doria, mas que resolveria a situação se a família do político pagasse R$ 3 milhões. O criminoso também forneceu novamente dados bancários para o depósito, que não foi realizado pela família Doria.

Com essa decisão, o Tribunal de Justiça de São Paulo reforçou a condenação a Torres, sublinhando a severidade das suas ações e a importância da aplicação da justiça.

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