Hezbollah se fortalece enquanto Israel enfrenta o Hamas: ameaça no norte ganha fôlego em meio a incursão em Gaza.



O atual cenário de conflito entre Israel e grupos militantes na região do Oriente Médio tem feito ressurgir a ameaça representada pelo Hezbollah, uma organização política e paramilitar libanesa de cunho fundamentalista xiita. Embora a última guerra entre o Hezbollah e Israel tenha ocorrido em 2006, as autoridades israelenses alertavam desde 2013 que o grupo poderia voltar sua atenção novamente para o país. Agora, com as Forças Armadas de Israel planejando uma incursão contra o Hamas na Faixa de Gaza, a ameaça do Hezbollah no norte do país se torna cada vez mais evidente.

O Hezbollah foi formado em 1982 pelos muçulmanos xiitas do Líbano, em resposta à ocupação israelense do sul do país. Inspirado pela Revolução Islâmica no Irã, o grupo se tornou uma força representativa da elite da Guarda Revolucionária iraniana. Além disso, recebe financiamento, treinamento, armas e apoio político do Irã. Sua atuação é marcada por uma grande rede de serviços sociais, o que fortalece sua base de apoio no Líbano.

O poderio militar do Hezbollah tem crescido ao longo dos anos, principalmente com o apoio financeiro e de armas do Irã. Estima-se que o grupo tenha recebido centenas de milhões de dólares nos últimos anos e possua dezenas de milhares de foguetes de precisão capazes de atingir todo o território de Israel. Além disso, desde 2012, o Hezbollah tem se envolvido no conflito sírio, combatendo os rebeldes sunitas ao lado do presidente Bashar al-Assad. O líder do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah, afirmou recentemente que o Hezbollah conta com cerca de 100 mil combatentes.

No cenário político do Líbano, o Hezbollah é uma força poderosa e a maior milícia do país. Além do braço armado, o grupo também possui uma ala política ativa. Sua aliança com o movimento xiita Amal garante uma representatividade significativa da comunidade xiita no país. No entanto, sua atuação no conflito sírio tem gerado controvérsias e o colocou como um grupo xiita que segue as ordens do Irã.

Quanto ao atual envolvimento do Hezbollah no conflito entre Israel e o Hamas, o grupo expressou solidariedade ao Hamas e trocou tiros com Israel desde o ataque do Hamas em outubro. As tensões se intensificaram nos últimos dias, resultando em mortes e ferimentos em ambos os lados. Especialistas não descartam a possibilidade de o Hezbollah atacar Israel com mais força, especialmente se as tropas israelenses entrarem em Gaza. Em resposta, as autoridades israelenses advertiram que atacariam todo o Líbano se o Hezbollah se envolvesse na guerra.

O envolvimento do Hezbollah no conflito sírio também tem uma razão estratégica. Como o Líbano não possui fronteira com o Irã, a Síria tem servido como rota para o Hezbollah receber armamento militar do seu principal patrocinador. Portanto, o grupo viu como importante apoiar o presidente sírio, um aliado, para manter seu poder.

Ao longo de sua história, o Hezbollah já realizou diversos ataques contra alvos ocidentais. Em 1983, o grupo foi responsável pelos atentados suicidas com caminhões-bomba contra a embaixada e o quartel-general da Marinha dos EUA em Beirute, além de um ataque a um quartel francês na capital libanesa. No entanto, o líder do Hezbollah afirmou recentemente que esses ataques foram realizados por pessoas não ligadas à organização.

Diante desse cenário tenso e das ameaças representadas pelo Hezbollah, é fundamental que as autoridades internacionais acompanhem de perto a situação e busquem soluções diplomáticas para evitar a escalada do conflito na região.

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