As Brigadas Al-Qassam, o braço armado do Hamas, afirmaram que não há privação intencional de alimentos aos reféns, embora insistam que eles não devem receber privilégios, diante da grave crise humanitária em Gaza, resultado do cerco israelense. Um vídeo perturbador de quase cinco minutos mostra um refém, Evyatar David, forçado a cavar o que ele chama de sua “própria cova”, enquanto relata a penúria alimentar que enfrenta, recebendo apenas porções de feijão e lentilhas.
O CICV expressou estar chocado com as imagens divulgadas, pedindo acesso aos reféns para fornecer ajuda básica. Em comunicado, Netanyahu assegurou que esforços estão sendo feitos para libertar todos os reféns, destacando uma conversa com familiares de dois deles que aparecem nos vídeos.
Atualmente, 49 dos 251 reféns ainda estão sob o controle do Hamas, dos quais 27 já foram declarados mortos. A situação provocou protestos em Tel Aviv, onde milhares exigiram ações mais efetivas do governo israelense em prol da libertação dos reféns, criticando a falta de progresso nas negociações.
Os vídeos do Hamas também exigem um cessar-fogo como condição para o alívio da crise humanitária que atinge Gaza, onde a fome se torna uma realidade para a população. Uma sessão emergencial do Conselho de Segurança da ONU está marcada para discutir a situação dos reféns, refletindo a pressão internacional crescente sobre o conflito.
Cerca de 550 ex-oficiais de segurança israelenses se manifestaram por meio de uma carta apelando aos Estados Unidos para que pressionem Netanyahu a encerrar a guerra em Gaza, argumentando que o Hamas não representa uma ameaça estratégica para Israel. Eles advertiram que a situação atual prejudica a identidade do Estado israelense.
A crise humanitária em Gaza se agrava com Israel restringindo severamente a entrada de ajuda humanitária, resultando em uma situação alimentar alarmante. Recentemente, autoridades locais relataram cinco mortes relacionadas à fome, elevando o total a pelo menos 180, incluindo um número significativo de crianças. Enquanto isso, um ataque inicial do Hamas em outubro resultou na morte de mais de 1.200 israelenses, com as operações de retaliação em Gaza acarretando mais de 60 mil mortes, em sua maioria de civis, de acordo com informações da ONU.