Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas, descreveu as sugestões de Trump como “inaceitáveis”. Ele argumentou que a ideia de deslocar os habitantes de Gaza ignora a severidade da situação no enclave, que tem enfrentado uma devastadora guerra, resultando em mais de 47 mil mortos e a destruição quase total da infraestrutura local. A proposta de Trump incluiu a criação de até cinco regiões em diferentes países para acomodar os palestinos, permitindo-lhes, segundo ele, uma “vida pacífica”. No entanto, Abu Zuhri rebateu essa solução, afirmando que tal abordagem só pioraria as tensões na região.
As declarações de Trump antecedem uma reunião com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Casa Branca, onde a discussão sobre a situação em Gaza provavelmente será um dos principais tópicos. Trump também brincou que os habitantes da região não desejariam retornar ao enclave, que ele caracterizou como um “local de destruição”. Essa percepção se contrasta fortemente com a realidade vivida pelos palestinos, que continuam sendo os mais impactados por anos de conflito.
Em meio a esse cenário, a situação humanitária em Gaza continua a ser alarmante. Desde janeiro, houve um cessar-fogo de 42 dias, mediado por Catar, Egito e EUA, no qual ambas as partes concordaram em encerrar as hostilidades. Ao longo de 15 meses de confrontos, a região já viu a escalada do conflito se espalhar por países vizinhos, como o Líbano e o Iémen, além de trocas de ataques com o Irã. A primeira fase do cessar-fogo prevê a troca parcial de prisioneiros e a entrada de ajuda humanitária, mas as etapas futuras ainda estão sob negociação.
Essas propostas e a declaração do Hamas refletem um momento crítico nas tensões que envolvem não apenas os palestinos, mas também a política internacional, à medida que líderes mundiais tentam encontrar uma solução sustentável para um conflito que perdura há décadas.