No total, 1.081 pessoas de aproximadamente 10 países diferentes faleceram durante a peregrinação, um dos cinco pilares do Islã que todos os muçulmanos são encorajados a cumprir pelo menos uma vez na vida. As informações sobre o número de mortos foram compiladas pela AFP a partir de comunicados oficiais e entrevistas com diplomatas dos países afetados. Até o momento, as autoridades da Arábia Saudita não se pronunciaram oficialmente sobre a quantidade de mortes registradas durante o hajj, nem forneceram detalhes sobre as causas dos óbitos.
No bairro Al-Muaisem, em Meca, familiares angustiados aguardavam informações sobre seus entes queridos desaparecidos. De acordo com relatos de um médico e outro funcionário que preferiram não se identificar para a agência AP, estima-se que mais de 600 corpos estavam presentes nas instalações do Complexo de Emergência.
Apesar do trágico acontecimento, a AFP destaca que mortes durante o hajj não são incomuns, devido ao grande número de participantes e às condições desafiadoras enfrentadas durante a peregrinação. A presença de até dois milhões de pessoas em alguns anos, somada a casos de debandadas e epidemias ao longo da história, aumenta os riscos para os peregrinos.
A cada ano, o hajj atrai milhares de fiéis, muitos dos quais provenientes de países com recursos limitados e acesso restrito aos serviços de saúde. Segundo um artigo publicado no Journal of Infection and Public Health, as condições durante a peregrinação podem propiciar a disseminação de doenças contagiosas, especialmente entre os idosos com problemas de saúde pré-existentes que aguardaram a vida toda por esse momento único. A situação evidencia a necessidade de medidas preventivas e cuidados médicos adequados para garantir a segurança e o bem-estar dos peregrinos no futuro.