Haiti nomeia Alix Didier Fils-Aimé como novo primeiro-ministro em meio a crise de segurança e crescente violência de gangues na capital Porto Príncipe.

O Haiti enfrenta um período turbulento em sua trajetória política com a recente nomeação de Alix Didier Fils-Aimé como novo primeiro-ministro, anunciado pelo Conselho Presidencial de Transição (CPT). A mudança ocorre após a destituição de Garry Conille, que ocupou o cargo por apenas seis meses sob um ambiente repleto de tensões internas e conflitos de poder no governo. Fils-Aimé, um empresário com experiência no setor privado e ex-presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Haiti, assume a liderança em um momento crítico marcado pelo aumento da violência das gangues, principalmente na capital, Porto Príncipe.

A decisão de destituir Conille não foi uma mera questão administrativa; ela reflete as disputas entre os membros do CPT, que buscavam modificar a estrutura dos ministérios, algo que o ex-primeiro-ministro se opôs. Além disso, Conille havia convocado a saída de integrantes do conselho acusados de corrupção, o que provavelmente contribuiu para sua queda. A nova liderança de Fils-Aimé é vista como uma tentativa de estabilizar um governo que se encontra sob s rally, com diferentes facções lutando pelo controle e por soluções para a crise de segurança.

A violência no Haiti é alarmante, com gangues tomando conta de diversas áreas, intensificando o clima de medo e insegurança entre a população. No mês de setembro, o Conselho de Segurança da ONU autorizou uma força internacional para auxiliar a polícia local, mostrando a urgência da situação. Este apoio se tornou ainda mais evidente após a chegada de tropas quenianas ao país, numa tentativa de restaurar a ordem pública.

Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, o Haiti mergulhou em um abismo social e político. O aumento das atividades criminosas, que incluem extorsões e sequestros, leva milhares de haitianos a deixarem suas casas. Apenas em março deste ano, cerca de 100 mil pessoas fugiram da região metropolitana de Porto Príncipe, buscando escapar da violência. Dada essa situação crítica, o novo primeiro-ministro Fils-Aimé terá o desafio monumental de restaurar a confiança na governança, enquanto enfrenta a crescente possibilidade de uma intervenção estrangeira e a pressão interna por reformas significativas.

Sair da versão mobile