De acordo com Haddad, a situação atual reflete uma dificuldade de compreensão por parte dos EUA sobre o que realmente ocorre no Brasil, especialmente no que se refere à divisão de poderes. Ele destacou que as exigências feitas pelos Estados Unidos envolvem a interferência do Executivo em questões do Judiciário, algo que o ordenamento jurídico brasileiro não permite. Essa situação gerou um impasse, onde o que é solicitado não pode ser concedido, conforme apontou o ministro.
Haddad também explicou que o comércio bilateral entre as duas nações tem diminuído drasticamente desde os anos 80, passando de 25% das exportações brasileiras para apenas 12% atualmente. Ele alertou que, se continuar nessa direção, essa porcentagem poderá cair ainda mais, impactando negativamente os interesses econômicos do Brasil.
Um dos momentos marcantes da fala do ministro foi em relação ao cancelamento de uma reunião programada com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Segundo ele, esse cancelamento foi influenciado por figuras da extrema-direita brasileira, o que reflete a complexidade das relações diplomáticas. Haddad expressou sua surpresa e descontentamento diante de tal situação, ressaltando que, em sua visão, would never cancel a previously set commitment.
Em resposta ao impacto negativo da tarifa imposta pelos Estados Unidos, o governo brasileiro está implementando um plano de contingência que inclui a disponibilização de R$ 30 bilhões em créditos para setores afetados. Haddad garantiu que o plano está bem-estruturado e não prevê a necessidade de expansão, a menos que a situação evolua de maneira diferente.
Ainda, o ministro comentou sobre as mudanças que a administração Trump trouxe ao cenário da globalização, sugerindo que os Estados Unidos, após beneficiar-se enormemente do processo global, agora buscam alterar as regras do jogo, enfrentando um “desafio inesperado” em suas relações comerciais. Essa situação exige, segundo ele, uma adaptação rápida e eficaz por parte do Brasil e de outros países impactados.