De acordo com o juiz Omar Dantas Lima, que proferiu a sentença, tanto a materialidade quanto a autoria do crime de calúnia foram comprovadas pelas provas apresentadas no processo. O juiz destacou que Delgatti agiu com dolo, isto é, com a intenção deliberada de caluniar Bolsonaro, realizando uma falsa acusação em um contexto de elevada visibilidade pública. Além da pena de detenção, Delgatti também foi condenado a arcar com as custas do processo judicial.
Apesar da condenação, o magistrado concedeu a Delgatti o direito de recorrer da decisão em liberdade. No entanto, é importante notar que o hacker já se encontra detido em Araraquara (SP) devido a outras investigações. Ele é acusado de participar de um plano para invadir o sistema do Poder Judiciário. Em 23 de abril, Delgatti foi denunciado, juntamente com a deputada federal Carla Zambelli, por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes, supostamente assinado pelo próprio ministro.
Walter Delgatti Neto não é um estranho ao cenário de crimes cibernéticos no Brasil. Em 2019, ele ganhou notoriedade ao confessar que invadiu os celulares de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do então juiz Sergio Moro, todos envolvidos na Operação Lava Jato. Na época, suas ações cibernéticas desvelaram uma série de trocas de mensagens que levantaram questões sobre a imparcialidade dos procuradores e do então juiz Moro, gerando um debate nacional.
Procurada pela reportagem, a defesa de Delgatti informou que pretende recorrer da decisão do 3º Juizado Especial Criminal de Brasília. O caso continua a atrair atenção devido às implicações políticas e judiciais que envolvem figuras de alta relevância no cenário nacional.