Guiana é o único país autossuficiente em alimentos, revela estudo de pesquisadores das universidades de Göttingen e Edimburgo.

Em um recente estudo publicado na conceituada revista científica Nature Food, pesquisadores das universidades de Göttingen, na Alemanha, e Edimburgo, no Reino Unido, revelaram que apenas um país no mundo alcançou a autossuficiência alimentar completa para a sua população: a Guiana. Este pequeno estado sul-americano, vizinho do Brasil, se destaca em um cenário em que a maioria das nações enfrenta desafios significativos na produção de alimentos.

Os cientistas analisaram a capacidade produtiva de 185 países, focando em sete categorias alimentares essenciais: frutas, vegetais, laticínios, peixes, carnes, proteínas vegetais e produtos ricos em amido. O resultado do estudo destaca a singularidade da Guiana, que consegue produzir o que necessita para alimentar seus cidadãos, ao contrário de muitos outros países que dependem de importações ou de uma produção local insuficiente.

Embora a pesquisa tenha mostrado que a maioria dos países não atinge a autossuficiência total, é importante ressaltar que isso nem sempre é um indicador negativo. O autor principal do estudo, Jonas Stehl, da Universidade de Göttingen, comenta que “a baixa autossuficiência não é algo inerentemente ruim”. Isso se deve à existência de estratégias agrícolas comerciais que permitem que nações importem alimentos de forma benéfica, mesmo que isso signifique não produzir internamente a maior parte do que consomem.

A Guiana, com sua abundante biodiversidade e recursos naturais, apresenta um caso interessante. O país tem se beneficiado de suas condições climáticas favoráveis e de uma estrutura agrária que, até o presente momento, permite a produção estável e sustentável. Em um mundo onde a insegurança alimentar e as crises de abastecimento são temas frequentes de debate, a experiência da Guiana pode servir de exemplo ou inspiração para outras nações que buscam fortalecer sua própria segurança alimentar.

Portanto, enquanto a Guiana brilha como um modelo de autossuficiência, o estudo também provoca reflexões profundas sobre as complexidades da produção de alimentos global e as diversas abordagens que os países adotam para garantir a alimentação de suas populações, refletindo um cenário mais amplo em que depender do comércio internacional pode ser tanto uma oportunidade quanto uma vulnerabilidade.

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