Os cientistas analisaram a capacidade produtiva de 185 países, focando em sete categorias alimentares essenciais: frutas, vegetais, laticínios, peixes, carnes, proteínas vegetais e produtos ricos em amido. O resultado do estudo destaca a singularidade da Guiana, que consegue produzir o que necessita para alimentar seus cidadãos, ao contrário de muitos outros países que dependem de importações ou de uma produção local insuficiente.
Embora a pesquisa tenha mostrado que a maioria dos países não atinge a autossuficiência total, é importante ressaltar que isso nem sempre é um indicador negativo. O autor principal do estudo, Jonas Stehl, da Universidade de Göttingen, comenta que “a baixa autossuficiência não é algo inerentemente ruim”. Isso se deve à existência de estratégias agrícolas comerciais que permitem que nações importem alimentos de forma benéfica, mesmo que isso signifique não produzir internamente a maior parte do que consomem.
A Guiana, com sua abundante biodiversidade e recursos naturais, apresenta um caso interessante. O país tem se beneficiado de suas condições climáticas favoráveis e de uma estrutura agrária que, até o presente momento, permite a produção estável e sustentável. Em um mundo onde a insegurança alimentar e as crises de abastecimento são temas frequentes de debate, a experiência da Guiana pode servir de exemplo ou inspiração para outras nações que buscam fortalecer sua própria segurança alimentar.
Portanto, enquanto a Guiana brilha como um modelo de autossuficiência, o estudo também provoca reflexões profundas sobre as complexidades da produção de alimentos global e as diversas abordagens que os países adotam para garantir a alimentação de suas populações, refletindo um cenário mais amplo em que depender do comércio internacional pode ser tanto uma oportunidade quanto uma vulnerabilidade.