Guerra tarifária de Trump prevê encolhimento da influência do dólar americano no comércio global, alertam especialistas sobre suas consequências econômicas.

A guerra comercial instaurada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está reconfigurando o papel do dólar norte-americano no cenário econômico global. Especialistas alertam que suas recentes decisões tarifárias podem reduzir significativamente a utilização do dólar como moeda de reserva internacional. Desde a sua posse, Trump adotou uma postura agressiva em relação ao comércio exterior, impondo tarifas a diversos países sob a justificativa de proteger a indústria nacional e estimular a criação de empregos.

Em um movimento recente, a administração Trump anunciou tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados, impactando diretamente o Brasil, que é um dos principais fornecedores desses materiais para os Estados Unidos. As políticas protecionistas têm como objetivo, segundo Trump, equilibrar o déficit comercial do país, mas há preocupações de que essa estratégia pode ter efeitos adversos a longo prazo, incluindo uma diminuição na circulação global do dólar.

Estudos indicam que desde o início do século XXI, a participação do dólar nas reservas internacionais caiu de 71% para 58%. Essa tendência de desdolarização está sendo estimulada pelo crescente uso do yuan chinês por nações que buscam diversificar suas reservas cambiais, especialmente em um contexto de tensão geopolítica e incerteza econômica. A pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI) revela que a diversificação no uso de moedas globais, como o euro e o iene, também está em ascensão.

Adicionalmente, Trump tem se mostrado preocupado com os países do BRICS, ameaçando aplicar tarifas de 100% sobre produtos dessas nações caso continuem seus esforços em desenvolver uma moeda alternativa ao dólar. Essa pressão representa não apenas uma estratégia econômica, mas um reflexo do desejo de manter a hegemonia do dólar como a principal moeda de troca internacional.

À medida que a guerra tarifária avança, os impactos nas relações comerciais globais e na dinâmica das moedas de reserva se tornam cada vez mais evidentes, gerando um cenário de incertezas e desafios para a economia mundial.

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