Guerra Tarifária de Trump: Impactos Econômicos e Recuos Internacionais com Retorno do Ex-Presidente.

O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trouxe consigo uma política externa marcada por um novo ciclo de tensões comerciais. Com a reedição de tarifas sobre produtos estrangeiros, a chamada “guerra tarifária” reacendeu os debates sobre os impactos econômicos tanto para os EUA quanto para seus parceiros internacionais.

Em entrevista ao podcast Mundioka, especialistas analisaram as consequências da estratégia de Trump no mercado global e, principalmente, para a economia norte-americana. A avaliação é uníssona: as tarifas impostas por Trump vão gerar ações retrucadas e com razão por medo de uma recessão. O economista Walter Franco, professor da Faculdade de Belas Artes de São Paulo, sugere que as tarifas terão efeitos amplos e imediatos.

De acordo com Franco, todos serão afetados diretamente ou indiretamente pelas tarifas, sendo os principais afetados os consumidores americanos no curto prazo, devido à pressão inflacionária decorrente da escassez de produtos e do aumento dos preços internos. A dependência dos Estados Unidos por componentes importados contribui para essa escassez, uma vez que a imposição de tarifas elevadas retrai a oferta interna e eleva os preços.

O setor automotivo é um dos mais impactados pelas novas medidas, já que muitos veículos têm até 75% das peças importadas. A imposição de tarifas de 25% sobre automóveis e peças importadas tem gerado preocupação tanto em montadoras americanas quanto estrangeiras instaladas no país.

Para o economista, apesar do impacto imediato, o setor automotivo americano poderá sofrer uma reorganização industrial devido às novas tarifas, o que pode afetar a atratividade do mercado americano para investidores estrangeiros. Mudanças unilaterais nas regras do comércio podem minar a confiança do capital estrangeiro e levar os players internacionais a buscarem novos mercados.

A complexa guerra comercial desencadeada por Trump também foi abordada pelo professor Lier Pires Ferreira, que destacou as tentativas do ex-presidente de reverter o déficit comercial e reindustrializar os Estados Unidos. Tal política tarifária agressiva visa manter o dólar como moeda internacional de troca, mas pode prejudicar a competitividade dos produtos americanos e empurrar a economia para uma maior dependência da financeirização.

Diante dessas tensões e medidas retaliatórias por parte da China, especialistas alertam para uma possível recessão nos Estados Unidos. A atual situação de inflação elevada, aluguéis, combustíveis e alimentos em alta, somadas às ações de Trump, podem contribuir para o agravamento do cenário econômico, levando o país a um novo ciclo de recessão.

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