Desde o início das hostilidades, os dados revelam um aumento de 60% no prêmio do diesel em relação ao petróleo bruto, enquanto o combustível de aviação viu seu prêmio elevar-se em 45%. Apesar de uma valorização de 9% no preço do petróleo tipo Brent, analistas indicam que o mercado global ainda apresenta uma oferta relativamente saudável. Até o momento, Israel tem optado por não atacar diretamente a infraestrutura de exportação de petróleo do Irã, o que ajudou a suavizar os impactos sobre o fornecimento mundial de petróleo.
A vulnerabilidade da Europa está diretamente relacionada à sua dependência de importações de combustíveis refinados do Golfo, que se torna ainda mais crítica em tempos de tensão geopolítica. Cerca de 20% do diesel rodoviário importado pela União Europeia, Reino Unido e Noruega em 2024 provém desta região, com fornecimentos significativos da Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Além disso, mais da metade do combustível de aviação utilizado na Europa também é importado dessa mesma região, totalizando cerca de 13 milhões de toneladas em consumo.
Recentemente, os preços do combustível de aviação foram negociados com um prêmio de quase US$ 27 (aproximadamente R$ 148,85) por barril em relação ao Brent, e o diesel apresentou um prêmio próximo a US$ 29 (cerca de R$ 159,87). Especialistas afirmam que tanto consumidores quanto companhias aéreas começarão a sentir os efeitos desses aumentos nas próximas semanas. Contudo, muitas empresas já implementaram estratégias para mitigar os impactos financeiros imediatos.
Embora os preços da gasolina na Europa tenham apresentado uma tendência de queda, impulsionada pela baixa demanda interna e pelo início de operações da nova refinaria nigeriana de Dangote, os especialistas alertam que novos aumentos nos custos de energia são iminentes, especialmente se o conflito no Oriente Médio se intensificar ou se alastrar para outras regiões, comprometendo ainda mais a segurança energética da Europa.