Guerra da Rumble contra Moraes: plataforma é suspensa no Brasil após processo no STF e desafio do fundador.

A empresa Rumble se tornou destaque no noticiário brasileiro após entrar em conflito com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na última sexta-feira (21/2), Moraes determinou a suspensão imediata e completa das operações da plataforma no Brasil, até que a Rumble Inc cumpra todas as decisões judiciais do STF e indique um representante legal no país.

A Rumble, fundada em 2013 pelo empresário canadense Chris Pavlovski, é conhecida por ser um reduto de grupos conservadores. Em 2023, a plataforma chegou a suspender suas atividades no Brasil após Moraes ordenar a remoção de conteúdos e usuários, incluindo o influenciador de direita Bruno Monteiro Aiub, também conhecido como Monark. O conflito se intensificou quando Monark questionou a eleição presidencial de 2022 sem apresentar provas, o que levou Moraes a agir contra a plataforma.

Após um período de pausa, a Rumble voltou a operar no Brasil no início deste ano, mas a guerra contra Moraes continuou. Em parceria com um grupo empresarial ligado a Donald Trump, a rede social entrou com uma ação para obter proteção contra as decisões do ministro do STF, alegando violação da liberdade de expressão.

Chris Pavlovski, fundador da Rumble, tem se manifestado nas redes sociais em defesa da liberdade de expressão, sustentando que “insultar alguém não é crime”. A plataforma se apresenta como mais liberal, não utilizando algoritmos para censurar conteúdos, o que atraiu grande adesão durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos em 2020.

Além disso, a Rumble, listada na Nasdaq desde 2021, recebeu um investimento de US$ 500 milhões da Narya Capital, empresa de capital de risco liderada pelo atual vice-presidente dos EUA, J.D Vance. Moraes determinou que a Rumble designe um representante legal no Brasil, alegando falta de regularidade na representação da empresa no país e desrespeito às decisões judiciais brasileiras.

A plataforma tem sido alvo de críticas por não cumprir determinações judiciais para remover perfis, como o do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que continua a publicar conteúdo mesmo após bloqueios anteriores. Moraes alerta que tal conduta pode configurar desobediência judicial e reforça a necessidade de cumprimento das decisões do STF.

Sair da versão mobile