Historicamente, os laços comerciais entre China e Argentina são robustos. O primeiro carregamento de trigo argentino para o gigante asiático ocorreu em 1990, e esse relacionamento continua a se desenvolver. Apesar de não haver uma data definida para novos embarques, as expectativas são altas, principalmente considerando os desafios climáticos que a Argentina enfrentou em anos anteriores. Após um período de secas severas, o retorno das chuvas e o consequente aumento na produção agrícola, estimada em 17,5 milhões de toneladas este ano, oferecem uma base promissora para a negociação com a China.
A possibilidade de Tariffs mais pesadas por parte dos EUA, conforme prometido por Trump, pode, segundo analistas de mercado, impulsionar ainda mais as exportações argentinas. A mudança nas dietas na China, que nos últimos anos passaram a incluir mais produtos derivados do trigo, também é um fator relevante. A nação asiática atualmente é o terceiro maior importador de trigo do mundo e, com a reestruturação de suas fontes de suprimento, a Argentina se coloca em uma posição vantajosa.
Embora a China tradicionalmente não tenha sido um grande importador de trigo devido à sua autossuficiência, o cenário atual sinaliza uma mudança, e a Argentina pode se beneficiar dessa nova dinâmica. Assim, a guerra comercial não apenas provoca incertezas, mas também abre portas para que países do Sul Global, como a Argentina, reestruturem suas relações comerciais e explorem novas oportunidades no imenso mercado chinês.