Um ponto que chamou a atenção de Yellen foi a decisão de aplicar altas tarifas sobre produtos provenientes do Vietnã, um país que, segundo ela, foi incentivado a ampliar sua produção como uma alternativa à dependência da China. Para Yellen, essa abordagem parece contraditória, uma vez que o objetivo declarado era diversificar as cadeias de suprimento por razões de segurança nacional.
No que diz respeito à China, a ex-secretária enfatizou que Pequim estaria mais disposta a eliminar as barreiras comerciais se os Estados Unidos tomassem a iniciativa de fazê-lo primeiro. Essa dinâmica, segundo Yellen, reflete uma complexidade maior nas relações comerciais que muitas vezes é ignorada nas retóricas políticas.
Além disso, a atual volatilidade nos mercados de títulos e o recente enfraquecimento do dólar servem como indicadores de uma “perda de confiança” na economia americana, resultado direto das incertezas criadas pelas tarifas. Yellen alertou que o ônus financeiro decorrente dessas tarifas recai principalmente sobre as famílias americanas, refletindo em custos mais elevados para produtos essenciais. De acordo com suas estimativas, as tarifas impostas sobre os produtos chineses já chegaram a níveis alarmantes, com taxas de até 125%.
As ações do governo Trump, como a imposição de tarifas adicionais de 20% com base na alegação de que a China não estaria combatendo de maneira eficaz a produção de drogas sintéticas, também levantam questionamentos sobre a eficácia e os objetivos dessas políticas. Em suma, a postura de Yellen sugere uma necessidade urgente de revisar a abordagem atual à guerra comercial, priorizando estratégias que possam de fato beneficiar a economia americana e, consequentemente, as famílias que dela dependem.