GROTA QUE NÃO BROTA! – “Programa Brota na Grota enfrenta críticas por atendimento limitado e escassez de serviços”



Em mais uma tentativa de realizar ações em comunidades carentes, o programa Brota na Grota, que alega levar serviços essenciais às favelas de Maceió, organizará uma edição na Grota do Rafael, no Jacintinho, nesta sexta-feira (26). No entanto, a eficácia dessas ações itinerantes têm sido amplamente questionada pelos moradores e especialistas, que criticam a falta de continuidade e a natureza paliativa dessas iniciativas.

Oferecendo uma gama de serviços de diferentes secretarias municipais, a ação promete atendimento das áreas de Educação, Saúde, Mulher, Assistência Social, Habitação, Fazenda, Trabalho, Bem Estar Animal, Esportes, além da presença das superintendências ALURB, DMTT e IPLAN, e da companhia de energia Equatorial. Entretanto, muitos veem essas ações como uma forma de maquiar a ausência de políticas públicas estruturais e contínuas que realmente impactem a vida dos moradores dessas áreas periféricas.

Um dos serviços oferecidos será a castração de gatos, mas, para isso, os tutores devem trazer seus animais para uma triagem programada para a quinta-feira (25). Aqueles que forem considerados aptos poderão ser castrados no dia seguinte. A obrigatoriedade de uma triagem prévia, além de parecer burocrática, dificulta o acesso de muitos tutores que, devido a condições sociais e econômicas, têm dificuldades até mesmo para transportarem seus animais duas vezes em dois dias seguidos.

O modelo itinerante do Brota na Grota, que se desloca de uma comunidade para outra em aparições esporádicas, não é suficiente para suprir as necessidades contínuas e urgentes desses locais. Sem a garantia de continuidade e políticas públicas robustas, ações como esta correm o risco de se tornarem meramente cosméticas, um band-aid em uma ferida profunda. Moradores da Grota do Rafael e de outras áreas atendidas costumam reclamar do caráter temporário dessas ações, que raramente resultam em melhorias reais e duradouras para a comunidade.

Portanto, é imprescindível que as autoridades municipais reavaliem suas estratégias e considerem a implementação de programas mais substantivos e permanentes, que de fato contribuam para a resolução dos problemas crônicos que assolam as favelas de Maceió. Sem essa mudança de enfoque, o Brota na Grota corre sério risco de ser visto apenas como mais uma iniciativa de relações públicas, sem real impacto na vida de quem mais precisa.

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