Gripe Aviária: Brasil Investiga Novos Focos em Cinco Estados e Decreta Emergência Zoossanitária

O Brasil se encontra em estado de alerta devido a uma série de novas suspeitas de gripe aviária do tipo H5N1. O Ministério da Agricultura, por meio do seu Serviço Veterinário Oficial, está investigando pelo menos cinco focos da doença em diferentes estados, incluindo Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins, Ceará e Sergipe. As investigações foram intensificadas após a confirmação do primeiro caso em granjas comerciais no país.

Recentemente, uma nova suspeita surgiu no município de Salitre, no Ceará, que se junta a outras duas confirmadas em granjas comerciais de Impumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO). Importante ressaltar que a propriedade do Ceará, em questão, é destinada à subsistência e não à comercialização de aves. A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará já iniciou a coleta de amostras para análise.

A primeira ocorrência de gripe aviária em uma granja brasileira foi registrada no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde 17 mil aves foram afetadas, resultando na morte de parte delas e no sacrifício do restante. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tomou a medida de decretar estado de emergência zoossanitária por um período de 60 dias na região. Várias aves programadas para saída do Rio Grande do Sul, um dos maiores exportadores de carne de frango do Brasil, foram retiradas de circulação devido ao risco de disseminação da doença.

Atualmente, o impacto da gripe aviária já repercute internacionalmente, levando nove países e um bloco econômico a suspender as importações de frango do Brasil. A situação atual coloca o Brasil em um estágio grave na escala de contingência para a doença. As preocupações não se limitam à saúde animal; o cenário econômico também é afetado. Especialistas discutem as possíveis consequências no mercado, especialmente com a tensionada relação entre a oferta e a demanda

A volatilidade nos preços dos produtos avícolas, como o frango e os ovos, é uma preocupação crescente. As reações ao surto podem resultar em um excedente no mercado, com uma possível queda abrupta dos preços, o que, por sua vez, poderá não cobrir os custos de produção para os agricultores. Por outro lado, se a produção se ajustar à nova realidade de consumo, isso poderá levar a um aumento dos preços.

Apesar das incertezas, o governo assegura que o consumo de carne e ovos não apresenta risco para a saúde humana. As contaminações são raras e ocorrem principalmente entre pessoas com contato direto com aves infectadas. As autoridades recomendam cautela, orientando a população a não manusear aves doentes ou mortas sem a supervisão de profissionais de saúde animal, a fim de mitigar o risco de contágio.

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