A greve se tornou um tema central após a última rodada de negociações entre os Correios e as federações de sindicatos, que culminou na sexta-feira anterior sem sucesso. O presidente da estatal, Emmanoel Rondon, comentou sobre a situação em uma coletiva de imprensa, expressando sua decepção com a não aprovação do acordo pelas assembleias. Ele frisou que a empresa não poderia oferecer mais do que o que já estava em discussão.
Além disso, uma ordem do TST estabeleceu que pelo menos 80% do efetivo deve ser mantido em funcionamento em cada agência. Essa determinação foi acompanhada da imposição de uma multa diária de R$ 100 mil para os sindicatos que descumprissem essa regra. Rondon ressaltou que o objetivo do dissídio era assegurar a continuidade dos trabalhos e a entrega eficiente dos serviços postais, mesmo em meio à greve.
A situação se agravou com a paralisação que afetou centros urbanos importantes, como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, resultando em atrasos significativos nas entregas de encomendas, especialmente em um período crucial que se aproxima do Natal. De acordo com fontes próximas ao assunto, o índice de entregas pontuais dos Correios está atualmente abaixo de 70%, e pode variar de 50% a 70% dependendo da região, refletindo que pelo menos 30% das encomendas estão atrasadas, alcançando níveis críticos.
A crise financeira da estatal também perpassa o contexto atual, levando a diretoria a desenvolver um plano de reestruturação. Após a obtenção de um empréstimo de R$ 12 bilhões, as medidas incluem o fechamento de cerca de mil agências e um programa de demissão voluntária que pode afetar até 15 mil trabalhadores.
Diante desse quadro, o TST, em decisões recentes, tem buscado equilibrar as ações da empresa e os direitos dos trabalhadores, estabelecendo a necessidade de um funcionamento mínimo durante a paralisação e garantindo a circulação normal de pessoas e cargas. Essa situação revela as complexidades enfrentadas pelo setor de correios no Brasil, que vive um momento crítico tanto financeiro quanto operacional.
