José Carlos Sacramento, vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários do Rio, lamentou a falta de progresso nas negociações como principal responsável pela continuidade da greve, afirmando que a mobilização deve se estender até que os pagamentos sejam regularizados. “Estamos preparados para um prolongamento, pois a empresa não mostrou disposição para ceder às nossas demandas”, declarou Sacramento.
Contraditoriamente, a Transportes Vila Isabel, que opera em unificação com a Real, também havia iniciado uma paralisação, mas voltou a operar parcialmente logo pela manhã. Embora algumas linhas, como a 163, tenham sido reintegradas ao serviço, outras permanecem sem funcionamento regular. Na Real, apenas algumas linhas, como a 315 e a 163, estão em circulação, devido ao sistema de operação em conjunto com outras viações.
A situação da empresa Real Auto Ônibus é agravada pela mudança do armazenamento de seus ônibus, que anteriormente ficavam na Avenida Brasil, para uma garagem no bairro de Vila Isabel. Isso representa uma desorganização logística que contribui com o caos atual no transporte público da cidade.
A greve começou às 3 horas da manhã e não tem previsão de término. Há já um pedido formal na Justiça, mas a decisão concluiu que a empresa tem um prazo de dez dias para efetuar os pagamentos. No entanto, a Justiça entrará em recesso, o que pode prolongar ainda mais a situação. Sacramento ressaltou que a empresa afirma ter a intenção de saldar as dívidas, mas o histórico de descumprimento de promessas gera desconfiança entre os trabalhadores.
Por sua vez, o consórcio Rio Ônibus e a Secretaria Municipal de Transportes monitoram a situação, aguardando um desfecho que satisfaça ambas as partes. Apesar de afirmar que o pagamento dos subsídios municipais está em dia, a Prefeitura considera a paralisação uma questão interna entre empregadores e funcionários, mas já tomou medidas para reforçar a operação de 11 linhas com outras empresas.
As operadoras Real e Vila Isabel negam que a greve esteja relacionada a atrasos de salários, afirmando que a remuneração dos funcionários está em dia, o que levanta dúvidas sobre a veracidade de suas denúncias devido ao histórico de problemas enfrentados por essas empresas, que estão em recuperação judicial.
Os passageiros afetados pela greve são orientados a utilizar alternativas de transporte, como metrô e VLT. Com a expectativa de que a situação se prolongue, os usuários de transporte público devem se preparar para enfrentar dificuldades até que uma solução viável seja apresentada.







