No governo Lula, a proposta de isenção do imposto de renda para pessoas que recebem até R$5 mil por mês tem gerado expectativas, mas também incertezas. A administração não disponibilizou dados precisos sobre quantas pessoas realmente serão beneficiadas. A estimativa oficial aponta que cerca de 10 milhões de cidadãos estão na faixa de renda entre R$3.001 e R$5.000, porém, não é claro quantas dessas pessoas já possuem deduções de impostos suficientes para se qualificar como isentas na prática.

De acordo com especialistas na área tributária, como o advogado Gabriel Vieira, é provável que uma grande parte desses rendimentos já esteja sendo isentada, com a expectativa de que essa cifra supere os 80%. Vieira adverte que a maioria dos trabalhadores que ganham até R$5 mil por mês “de forma efetiva não sentirá a alteração financeira” proposta pelo governo. Isso se deve ao fato de que as deduções, como contribuições previdenciárias, dependentes e despesas médicas, entre outras, já eliminam a carga tributária para muitos desses indivíduos.

Por exemplo, para quem recebe um salário de R$5 mil mensais, considerando apenas as deduções de dependentes ou pensão alimentícia, é possível que eles já estejam isentos do imposto de renda. A Receita Federal estimou que a taxa real sobre esse salário, sem deduções, alcança 6,7%. Portanto, qualquer dedução pode significar a eliminação do imposto a ser pago.

Por outro lado, a questão da comunicação e da imagem pública do governo e do partido tem se mostrado complicada. Uma análise das redes sociais revela que não apenas figuras da oposição, mas também políticos que não pertencem ao campo bolsonarista, têm se destacado. O número de seguidores de líderes opositores já supera o de Lula e de importantes membros do governo, o que demonstra um cenário adverso para o partido no ambiente digital.

Aumentar a presença do PT nas redes sociais tornou-se prioritário, mas esse movimento enfrenta desafios significativos. Ciro Gomes, que recentemente se filiou ao PSDB, acumula um número expressivo de seguidores, ressaltando mais uma vez a competitividade política na esfera pública.

Em um contexto onde a taxa de desapreciação da confiança no governo parece crescer, a expectativa em relação às promessas fiscais deve ser acompanhada com cautela. Além disso, a avaliação do desempenho em redes sociais também é um indicativo da desconexão que alguns políticos podem ter com a cidadania básica e a percepção pública dos brasileiros sobre as políticas e movimentações do governo. O cenário é complexo e exige atenção cuidadosa tanto da administração pública quanto dos cidadãos.