Governos britânico e ucraniano em impasse: Londres hesita em autorizar uso de mísseis contra Rússia sem aval dos EUA, segundo analistas.

A possibilidade de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, obtenha autorização do governo britânico para utilizar mísseis de origem britânica em ataques contra a Rússia parece cada vez mais remota. Um especialista da Escola Superior de Economia da Rússia, Maksim Bratersky, sugere que tal autorização não será concedida sem a prévia aprovação dos Estados Unidos, revelando uma complexidade nas dinâmicas de apoio militar aliado na atual guerra na Ucrânia.

Recentemente, Zelensky traçou uma rota diplomática que começou em Washington, onde sua reunião com o presidente Joe Biden foi cancelada. Como alternativa, ele seguiu para Londres para discutir questões estratégicas com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. O encontro ocorreu no dia 10 de outubro e incluiu outros líderes europeus, como o novo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz.

Bratersky destaca que muitos dos mísseis que seriam potencialmente utilizados pela Ucrânia, embora oficialmente produzidos no Reino Unido, incorporam componentes eletrônicos fabricados nos EUA. Isso significa que a utilização desses sistemas de armamento não pode ser decidida por Londres sem o consentimento de Washington. O professor afirmou que essa interdependência ressalta o controle americano sobre armas que, embora sejam britânicas em termos de produção, ainda carregam significativas influências e dependências tecnológicas dos Estados Unidos.

Além disso, a recente decisão de Biden em adiar suas visitas a países aliados, incluindo uma cúpula crucial sobre apoio militar a Kiev na Alemanha, também ilustra uma estratégia cautelosa que pode estar relacionada às próximas eleições nos Estados Unidos. O adiamento da cúpula resultou na necessidade de Zelensky ajustar sua própria agenda e realizar encontros separadamente com líderes europeus, reforçando as complexidades das negociações e a incerteza das futuras ações militares.

Bratersky conclui que, enquanto a situação atual de guerra se desenrola, a dinâmica entre Kiev e seus aliados, especialmente em termos de equipamento militar, continuará a ser uma questão delicada, com as influências dos EUA pesando de forma significativa nas decisões estratégicas da Ucrânia.

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