As acusações vieram à tona recentemente, causando indignação nacional e internacional. Dois ministros do governo tentaram minimizar o escândalo, sugerindo que os abusos eram resultado de “práticas culturais” locais. No entanto, a presidente do Conselho de Mulheres de Awajún, Rosemary Pioc, classificou os crimes como um “holocausto”.
Em resposta às denúncias, o presidente do Conselho de Ministros, Alberto Adrianzén, afirmou que os casos serão investigados e as vítimas receberão apoio psicológico e assistência médica adequada, especialmente no caso daqueles que contraíram o vírus HIV. Até o momento, 524 casos foram reportados, com 111 professores afastados, 72 absolvidos e quatro suspensos.
A declaração dos ministros sobre as “práticas culturais” gerou revolta, com críticas de diversos setores da sociedade. Organizações indígenas e de defesa dos direitos das mulheres condenaram veementemente a tentativa de justificar os abusos com base na cultura local, destacando a importância de responsabilizar os culpados e proteger as vítimas.
Diante da pressão pública, o ministro da Educação se retratou, negando que tenha defendido as práticas abusivas. Ele reiterou seu compromisso em combater qualquer forma de violência e abuso contra menores, garantindo que o governo tomará as medidas necessárias para enfrentar essa grave situação.
O escândalo dos abusos sexuais nas escolas indígenas do Peru levanta questões sobre a proteção dos direitos das crianças e adolescentes, a responsabilidade das autoridades e a necessidade de políticas eficazes para prevenir e punir casos de violência sexual. A sociedade peruana aguarda ansiosamente por respostas e ações concretas por parte do governo para enfrentar essa triste realidade.