Governo Milei Exalta Colonialismo Europeu, Celebrando ‘Civilização’ em Vídeo Polêmico no Dia da Diversidade Cultural na Argentina

O governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, gerou polêmica ao publicar um vídeo celebrando a chegada de Cristóvão Colombo às Américas, ocorrida há 533 anos. Essa iniciativa, divulgada no Dia do Respeito à Diversidade Cultural, foi interpretada como uma reverência à colonização europeia e a narrativa de que a “civilização prevaleceu sobre a selvageria”.

O vídeo, que tem pouco mais de um minuto e meio, apresenta imagens de caravelas enfrentando tempestades, destacando a bravura dos colonizadores e sua ousadia ao cruzar o vasto Oceano Atlântico. A narrativa dos eventos é carregada de um tom heroico, ressaltando como Colombo superou desafios e adversidades em sua jornada. “Colombo soube enfrentar o caos”, diz a produção, celebrando a bravura e tenacidade dos navegadores europeus.

Entretanto, a mensagem não se limita a exaltar os feitos europeus. O vídeo coloca em um tom negativo as culturas indígenas da época, descrevendo-as como envolvidas em guerras e rituais sangrentos, um contraste que serve para enfatizar a suposta “ordem” que a chegada dos colonizadores trouxe ao Novo Mundo. “Os povos que aqui encontraram estavam imersos na barbárie”, afirma a narrativa, fazendo alusão à construção das primeiras estruturas sociais com base em valores ocidentais.

A produção conclui com uma citação que ecoa o espírito de celebração da colonização, afirmando que “a civilização prevaleceu sobre a selvageria, e a ordem sobre o caos”, incentivando a população a “honrar este legado que foi construído com tanto esforço”. Contudo, essa perspectiva histórica é objeto de intenso debate e crítica, principalmente em um dia que deveria promover o respeito e a valorização das diversas culturas presentes na Argentina.

O ato do governo Milei levanta questões sobre a construção da memória histórica e os valores atribuídos a eventos que moldaram não apenas a Argentina, mas toda a América Latina. A recepção dessa homenagem ao colonialismo promete ser um tema de intensas discussões no contexto contemporâneo, onde as vozes indígenas e as reivindicações por reconhecimento e reparação se tornam cada vez mais importantes.

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