Governo Lula Votará Contra Redução de Penas para Manifestantes Condenados por Tentativa de Golpe, Afirma Gleisi Hoffmann em Encontro com Presidente da Câmara.

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, confirmou que a base governista se posicionará contra o Projeto de Dosimetria, que visa a redução de pena para manifestantes condenados por tentativa de golpe de Estado. Durante um encontro com o presidente da Câmara, Hugo Motta, na terça-feira (23), a ministra destacou que não é o momento adequado para o Congresso interferir na questão.

“Desde o início, a posição do governo é clara. Somos contra a anistia e já votamos contra o requerimento de urgência. Se houver um projeto nesse sentido, seremos contrários também ao de redução de penas. Estamos lidando com um processo que segue trâmites no Supremo Tribunal Federal, criado conforme as regras processuais. Não faz sentido alterar esse processo neste momento,” enfatizou Gleisi Hoffmann.

O Projeto de Dosimetria, que ganhou notoriedade por ser relatado pelo deputado Paulinho da Força, do Solidariedade-SP, surgiu com o intuito de atender demandas de grupos favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto original previu uma anistia ampla, posicionamento que busca essencialmente desobrigar o ex-mandatário de cumprir uma sentença de 27 anos de prisão imposta pelo STF por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

Após a declaração da ministra, Hugo Motta reafirmou que o tema continuará sendo debatido na Câmara. “Temos um relator designado, Paulinho da Força, que está dialogando com os líderes sobre o texto. Somente após essas conversas poderemos tomar uma decisão sobre a pauta,” afirmou o presidente da Casa.

A proposta já está pronta para votação em plenário, tendo sua urgência aprovada na semana anterior. Apesar disso, a bancada bolsonarista demonstra hesitação, uma vez que teme se encontrar em uma posição complicada caso o texto avance sem prever uma amnistia para Bolsonaro. Com isso, a estratégia atual da legenda gira em torno de reformular o parecer e convencer os líderes sobre a modificação antes da votação. A situação continua a repercutir intensamente no cenário político nacional, refletindo a tensão entre diferentes grupos e suas respectivas agendas.

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