Governo Lula se reaproxima da bancada evangélica em busca de apoio para reforma ministerial em 2023.



A reaproximação do governo Lula com uma ala da bancada evangélica tem gerado especulações sobre os possíveis impactos na reforma ministerial prevista para o ano que vem. Deputados desse grupo mostraram interesse em ocupar cargos em ministérios e secretarias que lidam diretamente com políticas públicas voltadas à população de baixa renda, e esse interesse vem sendo correspondido pelo presidente e por ministros palacianos, que têm intensificado a agenda com esses congressistas nos últimos meses.

O movimento de uma ala evangélica em se distanciar do bolsonarismo ganha força, já que reconhecem a possibilidade de perderem espaço para líderes religiosos com um perfil menos conservador e que, por estarem mais próximos do Planalto, conseguem atrair mais recursos para apoiar projetos destinados aos mais necessitados.

O relacionamento entre Lula e os políticos do segmento religioso ficou evidente durante a cerimônia de sanção do Dia da Música Góspel, em outubro, quando o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) realizou uma oração pelo presidente, em um gesto que desagradou lideranças próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o pastor Silas Malafaia. Após esse aceno, as visitas de parlamentares evangélicos aos gabinetes presidenciais aumentaram significativamente.

Com a vitória de Lula em 2022, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, manifestou apoio ao presidente eleito, afirmando que sua vitória foi resultado da vontade divina. O Republicanos, partido ligado à Universal, foi contemplado com um ministério no início do governo.

A expectativa agora gira em torno do fortalecimento do Republicanos no governo, especialmente após Lula apoiar o líder da sigla, Hugo Motta, à presidência da Câmara. Caso Motta confirme seu favoritismo e assuma o cargo em 2025, é esperado que o partido cobre mais espaço no governo para apoiar a possível reeleição do petista em 2026.

Dentre os ministros palacianos, destaca-se a figura de Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, como um dos que mantém maior interlocução com a bancada evangélica, o que reforça a aproximação entre o governo e esse grupo político-religioso.

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