Os dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop) revelaram que, em apenas um dia – 24 de junho – mais de R$ 831 milhões foram empenhados. Essa movimentação, porém, não se traduziu em pagamentos efetivos, com apenas R$ 465 milhões sendo liquidadas até o momento, e a maioria referente a emendas individuais. Os parlamentares, que já haviam expressado descontentamento, argumentam que a lentidão nas liberações contribui para um clima de desconfiança e frustração, levando a pressões adicionais sobre o governo.
Em meio a essa atmosfera tensa, o presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou uma votação para derrubar decretos do governo que aumentaram o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Esta proposta, aprovada nas duas Casas do Congresso com 383 votos a favor e 98 contrários, foi uma derrota significativa para Lula, surpreendendo o Planalto, que tentava impedir a votação.
Além disso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também colocou a mesma pauta em discussão, o que exacerbou as dificuldades enfrentadas pelo governo. Os parlamentares atribuíram a insatisfação ao atraso na liberação de emendas, uma crítica que tem permeado as conversas nas duas Casas. O governo, por sua vez, justifica os atrasos citando mudanças enfatizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a aprovação tardia do orçamento de 2025, que só foi finalizada no final de março. Assim, enquanto o governo tenta navegar por esses desafios, a pressão das casas legislativas se intensifica.