A medida em questão, a MP 1.303/2025, buscava unificar a tributação sobre aplicações financeiras em 18% e elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de certas instituições financeiras. O governo esperava arrecadar até R$ 20 bilhões em 2026 com essa iniciativa, que era considerada essencial para o equilíbrio fiscal do país. No entanto, o ambiente político se mostrou hostil à proposta.
Na última quarta-feira, dia 8, a Câmara dos Deputados aprovou um requerimento que retirou a MP de pauta, interrompendo sua análise. Com 251 votos a favor do adiamento e 193 contra, a votação não ocorreu conforme o planejado, o que gerou descontentamento no Palácio do Planalto. A administração federal previamente havia orientado os partidos do Centrão sobre a importância dessa votação, alertando que ações contrárias poderiam gerar retaliações.
Esse movimento por parte do governo chamou atenção, especialmente do PSD, que ficou chocado pelo fato de que muitos membros do partido não seguiram a orientação do presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab. Ele havia instruído seus aliados a votarem contra a MP. O MDB, por outro lado, incentivou seus parlamentares a votar a favor, mas o resultado foi diverso entre os membros.
A exibição de força do governo em retaliação a esses votos contrários gerou uma onda de indignação nas fileiras dos partidos, que se mostraram insatisfeitos com a abordagem do governo em um panorama já desafiador. Com a MP sendo um pilar da estratégia fiscal do governo, a administração agora se vê na necessidade de buscar novas alternativas para atingir suas metas financeiras para o ano que vem, após esse revés legislativo.