O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do MDB na Câmara, foi cogitado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), pasta responsável pela articulação do governo com o Congresso e demais poderes. No entanto, no dia 28 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou pela deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Bulhões afirmou que nunca teve a intenção de assumir o ministério e encarou a especulação como um reconhecimento do seu trabalho político. “É uma decisão do presidente. Eu nunca tive ambição, nem fui candidato a ministro. Saí muito feliz desse processo porque meu nome ter sido lembrado e citado é, para mim, um reconhecimento das relações que tento preservar e construir”, declarou.
Reeleito líder do MDB na Câmara pela quinta vez, Bulhões mantém proximidade com figuras-chave do Congresso, como o presidente da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Ele também negou rumores de que teria recusado o cargo de líder do governo.
Sobre a nomeação de Gleisi Hoffmann, Bulhões destacou a boa relação entre os dois e garantiu apoio à nova ministra. “Vou ajudar a Gleisi no que puder e tenho certeza de que ela terá êxito na relação com a Câmara e o Senado”, disse. Ele acredita que, apesar do histórico de atuação interna no PT, a nova ministra demonstrará habilidade na articulação política. “Ela surpreenderá positivamente quem não a conhece. Ela é preparada e tem tudo para ter uma grande atuação como ministra”, avaliou.
No domingo, Bulhões se reunirá com Gleisi em Brasília para discutir a relação entre o Executivo e o Legislativo. “Vou me colocar à disposição dela para trabalharmos em pautas importantes para o país. Precisamos focar nas questões prioritárias, como a correção do imposto de renda e o consignado na iniciativa privada, que deve impulsionar a economia”, afirmou.
Por fim, o deputado fez uma avaliação positiva do cenário econômico, apesar da inflação e do alto custo de vida. “Como é que um país que cresce 3,5% está mal? Como dizer que um país com pleno emprego não está bem? Claro, a carestia existe, mas ela tem duas causas: o aumento do poder de consumo da população, que gera inflação, e a política internacional, especialmente a dos Estados Unidos, com protecionismo, que cria problemas”, concluiu.