A popularidade do governo Lula, especialmente no Nordeste, reduto histórico do Partido dos Trabalhadores, tem enfrentado desafios, conforme apontado por pesquisas recentes. Parlamentares do Centrão, ouvidos pela CNN, não pouparam críticas à reforma ministerial iniciada pelo presidente, avaliando que as mudanças não trouxeram inovação. Em declaração, um parlamentar afirmou que “a reforma nasceu velha”, preferindo permanecer no anonimato.
Entre as críticas mais incisivas está a indicação de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde. Embora tenha comandado a pasta no governo Dilma Rousseff, a gestão de Padilha não foi vista como inovadora. Deputados do grupo ligado a Arthur Lira, além de apontarem um mal-estar pela escolha, lembraram as queixas acumuladas contra o nome de Padilha ao longo de sua trajetória política. A pasta da Saúde, cobiçada também pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, agora fica sob a responsabilidade de um desafeto político, o que gerou um ambiente de insatisfação no Centrão.
Outro nome cogitado para a pasta, o da deputada federal Gleisi Hoffmann, foi igualmente criticado. Para os parlamentares ouvidos, a petista é considerada “inábil” na interlocução com o Congresso, o que geraria mais atritos e dificultaria ainda mais o diálogo político.
No cenário econômico, a avaliação entre os congressistas é de cautela. A condução da economia, embora vista como um desafio devido ao desajuste político interno, enfrenta dificuldades ainda maiores, como o descontrole fiscal e o aumento da taxa de juros para conter a fuga de dólares. Para os parlamentares do Centrão, tais medidas pesam tanto para o governo quanto para as finanças públicas.
Apesar das críticas à gestão econômica e à recente reforma ministerial, ainda existe uma expectativa em relação à condução do governo junto à base aliada. Segundo um cacique do Centrão, “a base se acomoda com a reforma, mas ela precisa ser justa. O foco agora é aguardar o pós-carnaval”.