Entretanto, esse aumento nos investimentos não se reflete de maneira uniforme em todas as obras e projetos militares. Por um lado, o pagamento destinado a militares ativos e aposentados caiu de 80% para 78,2%, uma mudança que indica a falta de reajustes salariais significativos. Essa situação é objeto de preocupação, uma vez que a despeito dos maiores investimentos, as distorções dentro da infraestrutura financeira da defesa permanecem, e as despesas com pessoal frequentemente ultrapassam 60% do total gasto pelo setor.
Entre programações que marcam a atual administração estão os cinco maiores projetos, com destaque para a aquisição de caças suecos Saab Gripen, que consumiu R$ 1,5 bilhão apenas em 2024, além de outros programas significativos, como o de submarinos da Marinha, com gastos que também chegaram a cifras expressivas. Apesar de algumas melhorias detectadas, os críticos apontam que os problemas estruturais enfrentados pelo setor são profundos e exigiriam reformas abrangentes, as quais não devem ser rapidamente implementadas.
Em um contexto internacional, o Brasil ainda está aquém das recomendações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que sugere que pelo menos 20% do orçamento de defesa seja direcionado a equipamentos. Mesmo considerando a pressão que outros membros da organização, como os Estados Unidos, exercem sobre suas nações aliadas, o Brasil deve continuar reavaliando o básico de sua estratégia de defesa.
Diante desse complexo cenário de transformações e desafios, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tem atuado na tentativa de equilibrar as demandas da Marinha e outras forças armadas com as diretrizes do governo, o que tem gerado tensões e até rumores sobre sua possível saída do cargo. O debate sobre a capacidade de defesa do Brasil frente às novas realidades geopolíticas é uma constante e deve ser monitorado de perto nos próximos anos.