As tensões começaram a surgir quando, em um decreto assinado logo após sua posse em 20 de janeiro, Trump determinou que a área marítima, que é compartilhada pelo México, Estados Unidos e Cuba, passasse a ser referida como “Golfo da América”. Segundo a presidente mexicana, essa alteração é vista como uma violação da soberania do México, uma vez que se trata de um território que não pertence aos Estados Unidos. “Nenhuma empresa privada pode renomear nosso território com outro nome”, afirmou Sheinbaum, enfatizando a importância do reconhecimento das fronteiras e da soberania nacional.
A mudança nos mapas digitais foi defendida pelo Google como uma atualização feita com base no Sistema de Informações Geográficas dos Estados Unidos (GNIS). No entanto, as alegações do Google não convenceram Sheinbaum, que se manifestou em uma carta formal à empresa, afirmando que “por mais que seja uma empresa privada, existem normas internacionais”, desafiando a legitimidade das alterações propostas por uma companhia de tecnologia. Em sua visão, essa renomeação não apenas desrespeita o México, mas também poderia preparar o terreno para abusos ainda maiores, como uma redefinição arbitrária de nomes de países.
A polêmica envolvendo a nomenclatura do golfo reflete uma tensão mais ampla nas relações entre os dois países e destaca a necessidade de uma abordagem mais delicada nas questões de soberania nacional e cartografia. A situação permanece em aberto, com Sheinbaum aguardando a resposta do Google antes de seguir adiante com ações legais. Os desdobramentos desse caso prometem reverberar na dinâmica entre o México e os Estados Unidos, especialmente em um contexto onde a tecnologia e a soberania se cruzam de maneiras inesperadas.