Governo do Irã descarta participação em negociações nucleares com EUA amid escalada do conflito com Israel e acusa Washington de apoio aos ataques.

Em um contexto de tensões acentuadas entre Irã e Israel, o governo iraniano sinalizou que não participará da próxima rodada de negociações com os Estados Unidos, relacionada a um possível acordo nuclear. A declaração foi feita pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, durante uma entrevista no último sábado.

As conversas entre o governo iraniano e as autoridades americanas, que começaram em abril, estão agora em uma fase delicada. Araghchi, ao discutir a situação com a chefe de política externa da União Europeia, Kaya Kallas, denunciou os ataques israelenses, os quais classificou como uma consequência do suporte direto de Washington a Tel Aviv. Ele argumentou que, diante desse cenário, prosseguir com as negociações tornaria-se “injustificável”.

No mesmo dia, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baqaei, informou que Teerã ainda não havia tomado uma decisão final sobre sua participação nas negociações, marcadas para ocorrer neste domingo em Omã. A situação se complica ainda mais com os relatos de que o presidente dos EUA, Donald Trump, embora tenha sido alertado previamente sobre a operação israelense, nega qualquer envolvimento americano nas ações militares.

Desde o início da ofensiva israelense, as estatísticas reveladas pela mídia estatal iraniana indicam que 78 pessoas morreram e mais de 320 ficaram feridas. Essa escalada em um dos conflitos mais longos da região não apenas tensiona as relações entre o Irã e Israel, mas também traz à tona a postura americana, que, segundo analistas, se encontra em uma encruzilhada diante das reclamações iranianas de apoio militar e político de seu governo.

Enquanto isso, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, confirmou que três pessoas morreram em Tel Aviv em decorrência de ataques retaliatórios iranianos. Essa troca de hostilidades ressalta a fragilidade do cenário de segurança no Oriente Médio, onde as nuances das relações diplomáticas estão frequentemente ligadas a ações militares e a interpretações das intenções dos países envolvidos. Diante desses novos desafios, o futuro das negociações sobre o programa nuclear iraniano permanece mais incerto do que nunca.

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