Khairkhwa enfatizou que a segurança no Afeganistão foi restabelecida, a produção de drogas foi significativamente reduzida e a corrupção, amplamente erradicada. Ele destacou que essas realizações têm um impacto positivo não apenas a nível nacional, mas também internacional. Nesse contexto, o ministro exortou outras nações a seguirem o exemplo da Rússia, que reconheceu oficialmente o governo talibã no início de julho, e mencionou que vários países já demonstram interesse em interagir com o governo afegão, o que se aproxima do reconhecimento.
Até o momento, a Rússia é o único país que reconheceu oficialmente o governo talibã. Entretanto, países como China, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão e Paquistão já designaram embaixadores para Cabul, o que pode ser interpretado como um sinal encorajador para futuras relações diplomáticas. O reconhecimento é considerado vital para estabilizar e reconstruir a economia afegã, severamente afetada após décadas de conflitos e a recente retirada das forças dos EUA.
O acordo de paz assinado em Doha, em fevereiro de 2020, estabeleceu que as forças estrangeiras deveriam deixar o Afeganistão, e que os EUA revisariam as sanções contra membros do Talibã, além de cooperarem na reconstrução do país. No entanto, muitos países permanecem cautelosos em relação ao reconhecimento do Talibã, condicionando qualquer formalidade à formação de um governo inclusivo, à respeito dos direitos humanos — especialmente os direitos das mulheres — e a um combate efetivo ao terrorismo e ao tráfico de drogas.
Este cenário complexificado necessitará de um esforço contínuo do governo afegão para consolidar sua estabilidade interna, ao mesmo tempo que busca uma aceitação legítima na esfera internacional, a fim de garantir um futuro mais luminoso para a população afegã.