Os detalhes financeiros da operação revelam que R$ 318.009,20 foram destinados ao custo logístico, enquanto as diárias da tripulação totalizaram R$ 7.547,62, e as taxas dos aeroportos alcançaram R$ 19.456,74. A missão aérea teve início em Brasília na noite do dia 15 de abril, com uma parada técnica em Cuiabá antes de seguir para Lima, e o retorno à capital brasileira ocorreu na manhã seguinte. No total, a operação durou cerca de 12 horas.
O fato de a ex-primeira-dama ter sido transportada sob tais circunstâncias provocou críticas severas, principalmente do deputado Van Hattem, que acusou o governo de ter utilizado uma aeronave oficial como se fosse um serviço de transporte particular para buscar uma pessoa condenada em seu país de origem. Van Hattem também fez questão de responsabilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela decisão, ressaltando a gravidade da situação.
Nadine Heredia, esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala, obteve asilo diplomático no Brasil. Em um movimento estratégico, ela já havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro que barrasse qualquer possibilidade de extradição. O advogado que representava Heredia na época da operação, Marco Aurélio de Carvalho, sustentou que a decisão do governo brasileiro estava respaldada por um tratado internacional celebrado com o Peru em 1954, o que justificaria o uso da aeronave oficial para o transporte da ex-primeira-dama. A FAB, por sua vez, afirmou que não havia uma previsão orçamentária prévia para cobrir os gastos com a operação.
Este episódio levanta questões relevantes sobre a utilização de recursos públicos e os critérios que regem a concessão de asilo, além de suscitar um debate em torno da responsabilidade governamental em processos de extradição e proteção de indivíduos condenados por corrupção em outros países.
